A prática de castração de jovens cantores teve início no século XVI (tendo surgido a partir da necessidade de vozes agudas nos grupos corais das igrejas da Europa Ocidental, já que a Igreja Católica Apostólica Romana não aceitava mulheres no coro de suas igrejas), atingindo seu auge nos séculos XVII e XVIII (de tal sorte que, nas óperas do compositor barroco alemão Georg Friedrich Händel, por exemplo, o papel do herói era freqüentemente escrito para castrato).
Muitos dos rapazes que eram submetidos à castração tratava-se de crianças órfãs ou abandonadas. Algumas famílias pobres, incapazes de criar a sua prole numerosa, entregavam um filho para ser castrado. Em Nápoles, recebiam a sua instrução em conservatórios pertencentes à Igreja, onde lecionavam músicos de renome. Algumas fontes referem que muitas barbearias napolitanas tinham, à entrada, um dístico com a indicação "Qui si castrano ragazzi" ("Aqui castram-se rapazes").
Na segunda metade do século XVIII, com a chegada do verismo na ópera, a popularidade dos castrati entrou em declínio. Durante alguns anos, é verdade, ainda houve desses cantores na Itália, mas, com o decorrer do tempo, porém, esses papéis foram transferidos aos contra- tenores e, por vezes, às sopranos.
Foi só em 1870, não obstante, que o castratismo destinado a este fim foi terminantemente proibido na Itália (o último país onde ainda era efetuado). E, em 1902, o papa Leão XIII proibiu definitivamente a utilização de castrati nos coros das igrejas.
O último castrato a abandonar o coro da Capela Sistina foi Alessandro Moreschi (1858-1922), no ano de 1913. Há alguns registros fonográficos da voz deste castrato, que, entre 1902 e 1904, gravou exatos dez discos.
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